Nostallgia Brasil: Ninja Gaiden

A série Ninja Gaiden conta a história de Ryu Hayabusa, um ninja que teve o seu pai morto e está em busca de vingança. O primeiro jogo foi lançado inicialmente nos Arcades e era um beat 'em up bem comum para o seu tempo, porém foi no NES que a série brilhou nas mãos de Masato Kato, Artista e eventualmente Diretor da série na plataforma.

Quando foi lançado no NES, Ninja Gaiden impressionou o mundo com sua história elaborada e as cutscenes em estilo de anime com bastante textos e animações. A jogabilidade mudou para um jogo de plataforma 2D com ação e isso deixou tudo mais dinâmico, mais próximo de um verdadeiro ninja por assim dizer. Mas não é só por isso que a série é conhecida até hoje... O seu nível de dificuldade altíssimo, principalmente nas fases finais, fazia com que apenas os jogadores mais hardcore conseguissem acompanhar Ryu Hayabusa até a conclusão da história. Com o passar dos jogos eles conseguiram equilibrar mais a dificuldade, mas ela nunca deixou de ser acima da média para outros jogos da época.

O sucesso foi tão estrondoso que a Tecmo decidiu que o próximo jogo seria lançado diretamente no NES, sem uma versão Arcade. Ninja Gaiden II: The Dark Sword of Chaos foi lançado 16 meses depois do primeiro jogo e trazia tudo o que havia de melhor nele de maneira mais polida. Os gráficos ficaram ainda melhores, as cutscenes ainda mais dramáticas e a jogabilidade ficou ainda mais rápida e dinâmica, permitindo movimentos que deixavam tudo mais fluído. O jogo chegou a ser lançado em outras plataformas, mas o destaque continuava no NES.

Novamente, após pouco mais de um ano em desenvolvimento Ninja Gaiden III: The Ancient Ship of Doom chegou para fechar a trilogia mas de uma maneira não esperava: os eventos do jogo se passam entre o primeiro e o segundo título da série e ao invés de dar uma conclusão definitiva deixou mais perguntas que respostas no ar. Os gráficos, a trilha sonora e a animação mais uma vez foram melhorados, chegando a ser chamado do limite da plataforma. Uma versão foi lançada para o portátil Atari Lynx sem muitos cortes.

Depois disso, quando a série já havia sido concluída no NES através da própria Tecmo, a Sega conseguiu uma licença para lançar 3 jogos da série em seus consoles Game Gear, Master System e Mega Drive a partir de 1991. O primeiro foi justamente para o portátil Game Gear, produzido pela Japan System House e lançado no Japão e Estados Unidos no final de 1991. Aqui temos um jogo com história e jogabilidade mais simples, mas bom dentro das limitações da plataforma.

Em 1992, foi a vez do Master System receber a sua versão de Ninja Gaiden, produzida pela SIMS e lançada apenas na Europa e Brasil. Aqui, eles tentaram criar uma experiência mais próxima do NES com uma jogabilidade mais fluída e gráficos superiores, porém as famosas cutscenes e o enredo complexo e bem escrito ficaram devendo. Já a versão para Mega Drive foi cancelada e seria um Beat 'em Up mais próximo da versão original do primeiro jogo para Arcades usando os mesmos recursos de Streets of Rage 2, porém a Sega passou por alguns problemas no desenvolvimento de Shinobi III: Return of the Ninja Master e teve que cancelar o projeto e juntar os 2 estúdios para conseguir completar o Shinobi à tempo.

Outra empresa que aproveitou desse momento para lançar um produto próprio de Ninja Gaiden foi a Natsume. Em 1990 ela havia lançado seu próprio jogo de ninjas chamado Shadow of the Ninja exclusivamente para o NES e pensaram em produzir um port para o Game Boy do jogo, porém acabaram mudando o sprite do personagem para o Ryu Hayabusa e lançaram como Ninja Gaiden Shadow no lugar. Uma ótima experiência portátil contando com as devidas limitações de velocidade e gráficos da plataforma.

Para colocar a cereja no bolo, em 1995 a Tecmo decidiu lançar Ninja Gaiden Trilogy para o Super Nintendo, trazendo os 3 títulos do NES para o SNES com alguns devidos upgrades gráficos e sonoros, deixando aquela pergunta no ar: mas e se a série recebesse um lançamento moderno, como seria? Infelizmente essa pergunta só teria resposta em 2004, mas a espera com certeza valeu a pena. Tomonobu Itagaki iniciou levando a série à novos patamares.