Durante os anos 1990, a Capcom e a SNK foram as protagonistas de uma disputa nos Arcades para ver quem criava os jogos de luta mais carismáticos e viciantes. Do lado da Capcom tínhamos Street Fighter, Darkstalkers e Rival Schools como principais franquias, enquanto a SNK investiu em Fatal Fury, Art of Fighting, Samurai Shodown, The King of Fighters e The Last Blade como "resposta". Era inevitável nos círculos de amigos imaginar como seria uma luta entre Ryu e Kyo ou Iori vs Ken... Até que um dia, em 1999, isso finalmente pode se tornar algo mais concreto do que a nossa imaginação.
Antes mesmo de chegar aos Arcades, a SNK preparou um jogo para o portátil NeoGeo Pocket Color chamado SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium que foi o maior cartucho produzido para a plataforma com 32-MEGS de dados. Nele temos lutas 1 vs 1, 2 vs 2, 3 vs 3 e modos TAG, além de vários mini-games extras com personagens convidados apresentando os mesmos. Foi um grande show visual do portátil, que infelizmente sofria pela falta de apoio de terceiros.
Capcom vs SNK: Millenium Fight 2000 foi lançado nos Arcades com 33 personagens das 2 empresas em um embate que misturava o sistema de times de The King of Fighters com um novo sistema de RATIO, no qual cada personagem tinha um "peso" na hora de criar times de até 4 lutadores. O sucesso do jogo acabou superando as expectativas iniciais da Capcom e logo garantiu que uma continuação fosse produzida, dessa vez visando ainda mais plataformas no lançamento caseiro.
Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millenium 2001 chegou ainda maior e com maior exploração de gráficos 3D nos cenários, porém ainda carregava os mesmos problemas do primeiro jogo que eram os sprites estourados em baixa resolução de alguns personagens e o balanceamento claramente favorável para os personagens mais conhecidos das respectivas empresas. Isso não impediu de que o jogo até hoje tenha um certo reconhecimento e haja torneios oficiais de tempos em tempos.
Depois de ter passado pela tutela da Capcom, foi a vez da Playmore explorar a sua fatia da franquia. Em 2003 foi lançado o famigerado SVC Chaos: SNK vs. Capcom na placa de arcade NEO GEO que trazia uma ótima premissa mas no final a execução deixa um pouco à desejar. Falar que os gráficos e o som do jogo são defasados seria um erro, porque o maior problema do jogo mesmo ficou no fato das lutas serem apenas 1 vs 1 ao invés das grandes lutas de times nas versões da Capcom e a jogabilidade que era hardcore demais para o público mais casual desse tipo de público.
Esse poderia ser considerado o fim dos crossovers entre a empresas, porém elas não estavam prontas para deixar essa ideia morrer ainda. Em 2004, a Capcom lançou nos Arcades o jogo Capcom Fighting Evolution, que trazia personagens de 4 franquias da empresa (Street Fighter II, Darkstalkers, Street Fighter Alpha, Red Earth e Street Fighter III juntamente com uma personagem criada especialmente para o jogo: Ingrid. O resultado foi muito abaixo do criado em seus jogos da série Capcom vs. SNK, porém marcou a consolidação da parceria entre Capcom e UDON e também foi o primeiro jogo no qual Yoshinori Ono foi Produtor, antes dele dar o pontapé inicial da série Street Fighter IV em 2008.
Do lado da SNK, a resposta veio em 2005 com NeoGeo Battle Colliseum. Usando em sua grande maioria sprites novos em resolução maior e cenários misturando elementos 2D e 3D, o resultado foi um pouco melhor que o apresentado pela Capcom em seu CFE porém mais uma vez faltou aquele equilíbrio na jogabilidade para conseguir destacar o jogo entre os melhores jogos da empresa. O que fica é uma lembrança distante de um tempo aonde podemos nos gabar de jogar com personagens de ambas as empresas com as melhores tecnologias da época mas sem o devido refinamento.
[SÉRIE VS]
[POST-GAME]
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