quinta-feira, 23 de abril de 2020

Street Fighter EX


Street Fighter EX (Arika, Arcade) - Lançado em 30 de Novembro de 1996 em Arcades internacionais, SFEX é um spin-off da série coproduzido pela Capcom e pela Arika e foi o primeiro jogo da série que trazia gráficos poligonais. Como costumeiro da série, foram seguidos de upgrades: no Arcade "Street Fighter EX Plus" e no PlayStation "Street Fighter EX Plus α", ambos lançados em 1997. Uma versão para Nintendo 64 chegou a ser anunciada em 1997 mas foi logo em seguida cancelada.

Uma coisa que vale ressaltar antes de falar dessa série é que ela não contém uma história definida em nenhum dos seus jogos, valendo apenas a mesma coisa de sempre: M. Bison e Garuda querem dominar o mundo e ambos os lados vão disputar para ver quem consegue (ou não) no final. A única coisa que se pode afirmar aqui é que o jogo se passa em um universo paralelo ao Street Fighter Alpha original.


Jogabilidade

Apesar de reunir os melhores elementos de jogos anteriores da série, Street Fighter EX trás recursos próprios o suficiente para se destacar em relação aos demais, como o GUARD BREAK.

Street Fighter EX usa um sistema de luta que é uma combinação das séries Street Fighter II e Street Fighter Alpha com alguns elementos originais. Mesmo usando um fundo 3D de batalha, o plano de luta ainda é linear, fazendo com que a jogabilidade não seja tão diferente de outros jogos de luta 2D. O jogo trás SPECIAL MOVES e SUPER COMBOS iguais ou bastante similares aos jogos anteriores. Diferente de Street Fighter Alpha e Darkstalkers, a série EX introduziu uma barra SUPER dividida em 3 seções diferentes, não em níveis, a grande novidade do jogo.

Além dos arremessos e/ou usar SPECIAL MOVES para tentar quebrar a defesa do adversário, há também o GUARD BREAK que é um movimento que quebra a defesa do adversário e o deixa com a guarda aberta por alguns instantes, fazendo com que você possa ataca-lo nessa abertura. Para usar esse movimento é preciso ter pelo menos 1 level da sua barra de combo cheio. Essa mecânica também está presente em Street Fighter Alpha, porém ao invés de ser apenas uma abertura rápida na defesa do adversário aqui ele fica maroado.

Os SPECIAL MOVES podem ser feitos depois de um golpe normal ou de outro SPECIAL MOVE, ativando assim o movimento chamado CANCELLING. É bem fácil: antes do primeiro acabar, você faz o comando de outro diferente, cancelando assim o primeiro e conectando um segundo no mesmo combo. Isso aumenta em muito a quantidade de combinações possíveis para um combo de dano destruidor.


Personagens

Street Fighter EX chegou chutando o balde. Foi a versão com mais personagens
novos em um lançamento da série até hoje.

Street Fighter EX originalmente trazia 17 personagens, sendo alguns secretos e outros não selecionáveis no Arcade. Com um total de 18 novos personagens introduzidos em suas subsequentes versões, este foi o maior número de personagens novos introduzidos em um único jogo da série Street Fighter. A Arika misturou bem a fórmula e criou um personagem novo para ser rival de cada personagem da série Street Fighter, criando assim um contraponto novo na franquia.

Em versões subsequentes, os personagens secretos já viriam desbloqueados e na versão caseira para PlayStation haveria até mesmo personagens novos não presentes no Arcade.


Street Fighter EX

Ryu dublado por Katashi Ishizuka

Ken dublado por Tetsuya Iwanaga

Chun-Li dublada por Yuko Miyamura

Zangief dublado por Wataru Takagi

Guile dublado por Tesshou Genda

Hokuto dublada por Yuri Amano

Doctrine Dark dublado por Wataru Takagi

Pullum Purna dublada por Chika Sakamoto

Cracker Jack dublado por Banjo Ginga

Skullomania dublado por Issei Futamata


Personagens Secretos


Allen Snider dublado por Osamu Hosoi

Blair Dame dublada por Hikari Tachibana

Kairi dublado por Kaneto Shiozawa

Darun Mister dublado por Takashi Nagasako


Chefes

Akuma (US/EU) / Gouki (JP) dublado por Tomomichi Nishimura

Garuda dublado por Osamu Hosoi

M. Bison (US/EU) / Vega (JP) dublado por Tomomichi Nishimura


Versões Lançadas

É claro que nem a Arika se renderia ao formato de "upgrades" comum na Capcom.


Street Fighter EX Plus

Alguns meses depois do lançamento original, em 31 de Março de 1997, EX Plus foi lançado nos Arcades. Nessa versão, todos os personagens escondidos estão disponíveis desde o começo, assim como Garuda e Bison que eram controlados apenas pela CPU no original. Essa versão também trouxe 4 novos personagens: Evil Ryu de Street Fighter Alpha 2, uma versão alternativa de Hokuto chamada de "Bloody Hokuto" e dois ciborgues chamados de Cycloid β and Cycloid γ.


Street Fighter EX Plus α

Essa versão, exclusiva do PlayStation, foi lançada em 17 de Julho de 1997. Todos os personagens da versão EX Plus estão aqui junto com 2 novos personagens exclusivos dessa versão: Dhalsim de Street Fighter II e Sakura de Street Fighter II. Em adição, há também um bônus game secreto aonde você pode quebrar barris como em Street Fighter II.

Vários modos de jogo foram adicionados aqui: um modo dedicado ao 2 Player VS, Team Battle, Survival, Practice, Time Attack e Watch Mode aonde o jogador pode ficar apenas assistindo a luta entre 2 CPU's. Aqui também incluídas músicas rearranjadas e finais em CG para todos os personagens. Há também algumas diferenças regionais entre os jogos: enquanto que em EX e EX Plus apenas haviam epílogos em texto na tela depois que se derrotava Bison, esta versão trás novos epílogos diferentes das versões do Arcade e também finais em video.


Desenvolvimento

O jogo é 3D, mas não é 3D. Pra entender, só jogando mesmo.

O desenvolvimento do jogo foi liderado por Akira Nishitani, conhecido pelo seu trabalho em Street Fighter II. Apesar da mídia ter anunciado como se este fosse o primeiro jogo de luta poligonal produzido pela Capcom, esse papel na verdade ficou com Star Gladiator, considerado como o preparativo de entrada para a série Street Fighter EX.

O vice presidente da Arika, Ichiro Mihara, explicou:
"Em termos específicos, nós seguidos uma linha diferente de desenvolvimento. Além disso, tecnicamente, ambos os jogos são completamente diferentes. O 'Know-How" que nós usamos para esse jogo de luta 2D/3D não teve ligação com Star Gladiator. Fundamentalmente, Arika não é uma empresa subsidiaria da Capcom... Algumas pessoas talvez tenham essa impressão de que nós viemos da Capcom, de que há algum tipo de conexão entre nós, mas na verdade somos um time diferente desenvolvendo um jogo diferente. O conceito é novo e o 'Know-How" também."
A Arika é, de fato, uma empresa que foi fundada em 01 de Novembro de 1995, formada basicamente de ex-funcionários da Capcom. O próprio nome da empresa é baseado no fundador da mesma, Akira Nishinati, só que escrito ao contrário. Ao passar dos anos, a sua história iria se afastar bastante da Capcom e passariam a desenvolver seus próprios título, além de formar parcerias com outras empresas notórias como a Nintendo e a Namco Bandai.


Música

A música do jogo não é tão marcante quanto títulos anteriores, mas não faz feio.

As músicas foram compostas por antigos compositores da Namco: Takayuki Aihara, Shinji Hosoe e Ayako Saso. Os temas são predominantemente de Jazz, com elementos de Rock e Música Eletrônica. Chamada de "Street Fighter EX -SCITRON 1500 SERIES", a trilha sonora do jogo, que contem 20 faixas, foi lançada em 21 de Fevereiro de 1997 pela Pony Canyon, com 19 faixas adicionais com todos os clipes de vozes gravados pelos dubladores para os seus respectivos personagens.

Outro CD gravado por uma banda ao vivo, "Street Fighter EX Arrange Sound Trax" foi lançado em 5 de Março de 1997 contendo 13 faixas. Um Drama CD lançado no dia 21 de Março de 1997 completava os lançamentos de áudio do jogo.


Legado

O marketing da Arika foi pesado, mas era tanta versão de Street Fighter sendo lançada no PlayStation em 1997
que acabava confundindo os jogadores mais casuais.

Embora tenha recebido um "Preview" não muito animador na Ação Games nº118, na sua análise na edição seguinte o jogo recebeu nota 9.0 do redator Ivan Gordon com as seguintes observações: "Um game como há muito não se via. A jogabilidade é gostosa e 'viciante'. Não dá vontade de parar de jogar. Só faltou melhorar o visual dos personagens pra ganhar um 10!" Já na Game-X nº16, o redator TOFU deu notas, 6, 7, 7, 9 para os quesitos: Gráfico, Música, Desafio e Diversão.

Na Ação Games nº22, além do jogo ter recebido o Selo Ouro GAMERS SPECIAL, recebeu as seguintes notas para os quesitos: Gráfico (91), Música (90), Efeitos Sonoros (88), Diversão (96), Jogabilidade (95), Dificuldade (81), Originalidade (76) e Classificação Final (90). Completava a crítica a seguinte colocação: "Mais uma vez a Capcom detonou, com uma conversão mais que perfeita de Street Fighter EX para o PlayStation".

Completando as análises, a Super Game Power nº43 deu notas 5, 4, 4, 4 para os quesitos Gráfico, Som, Controle e Originalidade. Baby Betinho, especialista em jogos de luta da revista, também comentou o seguinte: "É isso aí, mano, Street Fighter EX Plus α vai levar você pra escola de novo", por causa dos novos recursos implementados na jogabilidade.

Mesmo com um lançamento um pouco limitado nos Arcades de todas as regiões aonde o jogo chegou, a versão PlayStation vendeu um pouco mais de 400.000 cópias no mundo inteiro, garantindo assim o selo de "Platinum Range" para o jogo. Pegando carona nesse sucesso, a Arika chegou a produzir mais 2 lançamentos nos anos que seguiram, tanto no Arcade quanto em consoles caseiros.


Imagens e Vídeos do Jogo

Imagens retiradas do link:




Artwork

Ryu

Ken

Chun-li

Zangief

Guile

Hokuto

Doctrine Dark

Pullum Purna

Cracker Jack

Skullomania

Allen Snider

Blair Dame

Kairi

Darun Mister

Evil Ryu

Bloody Hokuto

Dhalsim

Sakura

Akuma

Garuda

M. Bison


Capas

A capa japonesa é um tanto simples. Ainda bem que não se pode julgar um jogo pela capa.

Na América do Norte e Europa, o jogo trazia a mesma iamgem em computação gráfica do Ryu. Ninguém pensou em usar uma das excelentes Artworks do jogo. Parabéns aos envolvidos.


Finalizando

O primeiro jogo foi bom, mas faltava um certo polimento.
Ainda bem que a Arika conseguiu alcançar um novo nível de jogo com a continuação.

E por hoje é só. Street Fighter EX chegou e marcou o seu território no PlayStation, garantindo logo uma continuação por parte da Arika. O jogo contém alguns pequenos defeitos, como o Player Select que é muito "pequeno" e praticamente metade dos personagens só são vistos "fora da tela", mas no geral a jogabilidade e o conteúdo disponível era no mesmo nível que qualquer outro lançamento da época; talvez com a exceção dos gráficos.

A Arika não só expandiu todos os conceitos do jogo em Street Fighter EX2, como fez o devido polimento em todos os departamentos do jogo, exceto no departamento de história que continuaria sem nada à ser apresentado. Mas será que isso tudo garantiu que o jogo vendesse mais que o primeiro? Bom, isso é papo para o próximo post.

Espero que vocês tenham curtido esse post e em breve voltem pra curtir mais um!

Sigam-me os bons! \o\~~~~~~

2 comentários:

  1. Cara, baita artigo sobre um dos meus games favoritos da franquia SF. Arika fez um baita trabalho com o jogo mesmo, ao ponto de gastar horas e horas jogando sem querer retornar para a linha clássica da franquia.

    Eu conhecia o Evil Hokuto, por conta de uma revista que descrevia essa versão alternativa desse modo. Não sei se isso é aquela lembrança que engana, mas até hoje me referia como Evil Hokuto ao invés de Bloody Hokuto.

    Sem demais, excelente artigo. No aguardo do próximo.

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    1. Eu nem culpo a revista, porque naquela época eu duvido muito que eles compravam aquilo tudo de jogo original e importado pra fazer análise, mas o nome Bloody Hokuto está no próprio manual do jogo. Evil/Bloody no final das contas é tudo a mesma coisa, até porque a história da Bloody Hokuto é a mesma de Evil Ryu.

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